O CÉREBRO QUE NÃO DESLIGA: AUTOETNOGRAFIA DO ADOECIMENTO EM UMA GESTÃO ESCOLAR DO CAMPO
DOI:
https://doi.org/10.56238/CONEDUCA-048Palavras-chave:
Educação do Campo, Gestão Escolar, Sobrecarga de Trabalho, Saúde MentalResumo
O presente estudo busca analisar a relação da sobrecarga de tarefas e a deficiência nas condições de trabalho com o processo de adoecimento mental, vivenciado por um gestor de uma escola do campo. Admoestamos a grande quantidade de tarefas fora da sua função, pode ser um fator que compromete a saúde mental do gestor, e que o sofrimento mental é materializado a condição, que intitulamos como o "cérebro que não desliga”, devido às cobranças excessivas para condutas assertivas. Para ampliarmos esse debate, recorremos a psicodinâmica do trabalho desenvolvida por Christophe Dejours, e com a sociologia do poder de Pierre Bourdieu. Trata-se de um estudo qualitativo de abordagem autoetnográfica crítica, com o objetivo de problematizar a vivência na condição de gestor em uma escola do campo. Advogamos então, que o sofrimento não pode ser romantizado como resiliência, ao contrário, deve ser reconhecido como um sinal de alerta para pensarmos na urgência da resolução de problemas ligados às condições de trabalho, o fortalecimento das redes de apoio e o reconhecimento da complexidade que envolve a gestão escolar em territórios do campo.