DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO: ABORDAGENS TERAPÊUTICAS ATUAIS E AVANÇOS NO MANEJO CLÍNICO
DOI:
https://doi.org/10.56238/MedCientifica-039Keywords:
Doença do Refluxo Gastroesofágico, Terapêutica, Inibidores da Bomba de Prótons, Vonoprazan, Refluxo Laringofaríngeo, Cirurgia Antirrefluxo, DRGE RefratáriaAbstract
A Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) é uma condição crônica prevalente, resultante do fluxo retrógrado de conteúdo gástrico, causando sintomas incômodos e/ou complicações. Embora os inibidores da bomba de prótons (IBPs) sejam a base do tratamento, uma proporção significativa de pacientes (até 40-50%) apresenta resposta inadequada, configurando a DRGE Refratária (DRGE-R). Esta revisão narrativa sintetiza as abordagens terapêuticas atuais e os avanços no manejo clínico da DRGE, com base na literatura científica recente. O manejo inicial envolve modificações no estilo de vida (MEV), como perda de peso, elevação da cabeceira e evitar refeições tardias, embora a evidência mais robusta apoie a perda de peso. A terapia farmacológica de primeira linha são os IBPs, superiores aos antagonistas H2 na cicatrização da esofagite erosiva (EE) e alívio sintomático. Avanços recentes incluem os bloqueadores de ácido competitivos de potássio (P-CABs), como o vonoprazan, que demonstram supressão ácida mais potente e rápida, sendo recomendados como terapia inicial para EE grave (Graus C/D). O manejo da DRGE-R exige confirmação diagnóstica objetiva, idealmente com pH-impedanciometria (pH-MII) em vigência de terapia, para identificar refluxo não ácido ou fracamente ácido, hipersensibilidade ao refluxo ou distúrbios funcionais. Terapias adjuvantes para DRGE-R incluem alginatos, que neutralizam o "bolsão ácido" (acid pocket), e o baclofeno, que reduz as relaxações transitórias do esfíncter esofágico inferior (RTEIEs). O tratamento em populações especiais, como neonatos e pacientes com manifestações extraesofágicas (EER), é desafiador; em prematuros, a terapia de supressão ácida é desencorajada devido aos riscos (ex: enterocolite necrosante) e à predominância de refluxo fracamente ácido. Para pacientes com DRGE comprovada e refratária, opções invasivas como a fundoplicatura laparoscópica (LNF), o aumento magnético do esfíncter (MSA) e a fundoplicatura transoral sem incisão (TIF) são alternativas eficazes, desde que a seleção de pacientes seja rigorosa e baseada em evidências objetivas de refluxo patológico.