ABSCESSO CEREBRAL NA INFÂNCIA: RELATO DE 19 CASOS EM HOSPITAL PEDIÁTRICO DE REFERÊNCIA
DOI:
https://doi.org/10.56238/MedCientifica-047Palavras-chave:
Abscesso Encefálico, Pediatria, InfecçãoResumo
Introdução: Abscessos cerebrais (AC) são acúmulo de pus no parênquima cerebral, sendo uma complicação rara (1,8 para cada 100.000 indivíduos/ano), mas com alta morbidade e mortalidade (aproximadamente 10). Descrição dos casos: Foram analisados prontuários de 19 pacientes pediátricos com diagnóstico de AC de janeiro de 2000 a setembro de 2013, observando: idade, sexo, causas, manifestações clínicas, etiopatogenia, achados de tomografias de crânio (TAC), características do líquor cefalorraquidiano (LCR) e tratamento. Discussão: Onze pacientes eram do sexo masculino, sendo esse um importante fator predisponente. A idade média foi de 8,2 anos. Em 10 casos a causa foi meningite, em 7 sinusite e em 2 OMA (otite média aguda), acordando com o fato que até 86 dos AC apresentam condições predisponentes. O agente etiológico foi Streptococcus sp. (6 casos), Staphyloccus aureus (6 casos), Haemophilus influenzae (1 caso) e não identificado em 6 casos. Os sintomas mais frequentes foram febre (19 casos), cefaleia (10 casos), convulsões e sonolência (ambos em 7 casos). Sinais neurológicos focais apareceram em 8 pacientes. Os principais achados no LCR foram hipoglicorraquia (13 casos), pleiocitose às custas de polimorfonucleados e hiperproteinorraquia, padrão bacteriano comumente relatado na literatura. Todos os pacientes realizaram TAC de crânio, sendo encontrados abcessos únicos em lobo frontal ou temporal, padrão condizente com outros estudos. O tratamento inicial foi associação de ceftriaxona, metronidazol e oxacilina em todos os pacientes, com descalonamento em alguns casos, havendo ainda necessidade de drenagem cirúrgica em 9 casos. Conclusão: A causa dos AC relatados foi infecção. A etiopatogenia predominante foi composta por Streptococcus sp. e Staphyloccus aureus. Os sintomas mais prevalentes foram febre, cefaleia, convulsões e sonolência. Preponderou o padrão bacteriano na análise de LCR. A TAC evidenciou, em todos os casos, abscessos únicos em lobo frontal ou temporal. O tratamento empregado resultou em nenhum óbito.