IMPACTO DOS INIBIDORES DE SGLT2 NA PROTEÇÃO CARDIORRENAL: EVIDÊNCIAS E PERSPECTIVAS

Resumo

Os inibidores de SGLT2 revolucionaram o manejo de doenças cardiovasculares e renais, indo além do controle glicêmico em pacientes diabéticos. Estudos demonstram que essas drogas proporcionam benefícios cardiorrenais expressivos, como redução da mortalidade cardiovascular, menor taxa de hospitalizações por insuficiência cardíaca e desaceleração da progressão da doença renal crônica. A revisão integrativa de publicações entre 2015 e 2024 analisou os principais ensaios com empagliflozina, dapagliflozina e canagliflozina. Os resultados mostraram que esses fármacos reduzem a sobrecarga volêmica, a pressão intraglomerular e promovem estabilidade hemodinâmica, com efeitos protetores tanto em indivíduos diabéticos quanto não diabéticos. No estudo DAPA-HF, a dapagliflozina reduziu em 26% o risco combinado de morte cardiovascular ou hospitalização por insuficiência cardíaca, enquanto o EMPA-REG OUTCOME mostrou diminuição de 38% na mortalidade cardiovascular com a empagliflozina. A análise conjunta dos ensaios indica reduções de até 30% nas hospitalizações por insuficiência cardíaca e 40% na progressão da doença renal crônica, independentemente de fatores como controle glicêmico, idade ou sexo. Além disso, os efeitos anti-inflamatórios e antioxidantes sugerem mecanismos de proteção adicionais além da glicosúria. Conclui-se que os inibidores de SGLT2 representam um marco na medicina cardiovascular e nefrológica moderna, proporcionando uma abordagem integrada de proteção cardiorrenal. Seu uso precoce e amplo redefine estratégias terapêuticas e melhora a sobrevida e a qualidade de vida dos pacientes. Pesquisas futuras devem explorar novas populações e combinações terapêuticas para potencializar seus benefícios clínicos.